A cirurgia oncológica do aparelho digestivo apresentou um grande avanço na última década com o emprego das cirurgias minimamente invasivas, dentre elas a cirurgia laparoscópica. Inicialmente usada apenas para diagnósticos na década de 80, a laparoscopia se tornou um procedimento largamente utilizado no tratamento de diversas patologias em órgãos como esôfago, estômago, intestino (cólon e reto) e pâncreas.
A cirurgia laparoscópica (ou videocirurgia), por ser um técnica cirúrgica menos agressiva, oferece como vantagens: recuperação mais rápida, menor dor pós-operatória, menor chance de perda de sangue e transfusão, bem como menor chance de complicações e de ferida operatória (como hérnias ou infecções). Essas vantagens são especialmente importantes para pacientes que necessita iniciar a quimioterapia precocemente.
A cirurgia laparoscópica já está estabelecida como tratamento padrão para o câncer de cólon e reto (intestino grosso) e na maioria dos casos de câncer de esôfago e estômago. Houve avanços dessa cirurgia também no câncer de pâncreas. Nesses casos, evidências indicam que os resultados oncológicos da cirurgia laparoscópica são os mesmos da cirurgia convencional (aberta) quando bem indicado e tratado por cirurgiões experientes e hábeis no procedimento.
Maioria dos cânceres no tubo digestivo tem cura
Diagnóstico precoce da doença pode evitar procedimento cirúrgico
Todo o tubo digestivo, da boca ao ânus, pode apresentar tumores, sejam benignos, pré-malignos ou malignos, esses últimos também chamados de câncer. Resultantes do crescimento anormal de células, os cânceres dessas áreas são, na maioria das vezes, curáveis. "Diagnosticar cedo ajuda, podendo fazer com que o paciente seja curado por meio de endoscopia ou colonoscopia. Isto é, o indivíduo pode ser poupado de cirurgia ou quimioterapia apenas por ter descoberto a doença em estágio, inicial.
Os locais onde os tumores mais aparecem variam muito de acordo com sexo, idade, etnia e região onde a pessoa vive. Em geral, no Brasil, os homens sofrem mais com câncer no estômago, no cólon, no reto, na boca e no esôfago. Nas mulheres, os mais comuns são no cólon e no reto. O tumor maligno colo-retal é, aliás, o terceiro mais frequente no mundo e o segundo em países desenvolvidos, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer.
Equilíbrio no dia a dia ajuda a afastar a doença
Independente de onde está, o câncer é uma doença degenerativa que nunca é causada por apenas um fator. Existem as tendências genéticas, que podem ter sido herdadas de familiares. Por isso, os antecedentes de câncer em irmãos, pais ou avós são relevantes nas avaliações médicas.
Há também as influências ambientais. O fumo está em primeiro lugar. Associado ao álcool é ainda mais temível. Além disso, os hábitos de tomar bebidas muito quentes, comer alimentos queimados e ingerir muita carne vermelha processada, como defumados, embutidos e frios, podem contribuir. Idade, obesidade e dieta pobre em fibras são outros fatores de risco. E há ainda a infecção causada pela bactéria Helicobacter Pylori, que pode levar ao desenvolvimento de câncer de estômago.
Maioria dos cânceres no tubo digestivo têm cura
O equilíbrio do organismo pode ser atingido no dia a dia para ajudar a afastar a doença. É importante cultivar costumes saudáveis, como consumir alimentos ricos em fibras, vegetais e frutas, praticar atividades físicas, realizar consultas médicas pelo menos anuais mesmo sem ter sintomas a partir dos 40 anos e manter uma vida familiar e social ativa.
Quando a pessoa começa a emagrecer abruptamente sem estar de dieta, têm dor enquanto come e apresenta náuseas, vômitos, sangue nas fezes, anemia ou cansaço, é preciso procurar um médico. Isso porque esses sintomas, que podem indicar um câncer, muitas vezes demoram a se manifestar. E, mais uma vez, o diagnóstico precoce é muito importante.
A identificação de um câncer é feita por meio de endoscopia ou colonoscopia. Uma vez encontrado, o tumor pode ser retirado nesses mesmos procedimentos. Se houver necessidade de remoção cirúrgica, as opções são o método convencional, com cortes, ou a laparoscopia, com furos por onde entram pequenas cânulas de metal que farão o trabalho.
Pode ainda haver a indicação de quimioterapia e radioterapia. Isso tudo varia de acordo com o tumor, sua localização, tipo histológico, condições de saúde da pessoa, recursos tecnológicos disponíveis, etc. São informações tão específicas que devem ser avaliadas pelo paciente com sua equipe de cuidados oncológicos.